Começamos o Ano Novo com dois acontecimentos marcantes: Escreve D. Sebastião Bandeira na Comunhão na Palavra de janeiro de 2023


Comunhão na Palavra - janeiro de 2023.

“Depois de mim, virá alguém mais forte do que eu” Mc.1,7


Começamos o Ano Novo com dois acontecimentos marcantes para a nossa Diocese de Coroatá. No último dia de 2022 morreram o Pe. Carlos Wilmsen, em Trieste, Itália e o Papa Bento XVI. Com o coração agradecido e com saudade escrevo a mensagem deste mês tentando registrar a importância desses dois para mim e para a nossa Igreja. Os dois são alemães, gostavam muito da liturgia, as vezes tinham atitudes polêmicas, mas o coração generoso, vivendo com austeridade para consigo mesmo. A eles o nosso reconhecimento e respeito por tudo que nos deixaram tanto como mensagem, quanto na história pessoal. Recordo ainda, neste mês, a páscoa definitiva de D. Reinaldo que continua intercedendo pela nossa Diocese.

“Depois de mim, virá alguém mais forte do que eu” Mc.1,7

Pe. Carlos chegou em nossa recém-criada Diocese, trazendo consigo a espiritualidade do Movimento dos Focolares e o apelo do Papa Paulo VI para que as Igrejas da Europa enviassem sacerdotes “fidei-donum” para a América Latina. Foi formador dos seminaristas, ajudou na administração diocesana, professor de liturgia, e pároco em várias paróquias de Codó, deixando importantes recordações para todos nós que o conhecemos. O seu apreço pela arte fez com que ele construísse várias igrejas, buscando aplicar as novas orientações litúrgicas do Concílio Vaticano II. Merece destaque a Igreja de Santo Antônio, onde as pinturas nas paredes, além de ser uma bela obra de arte é uma grande catequese para os que lá adentram. Além desses aspectos, ele tinha uma visão de libertação integral. As palavras de Jesus “eu tive fome e me deste de comer, sede e me deste beber, eu era nu e me vestiste” Mt. 25, 31 ecoavam profundamente em seu coração. Ele promoveu inúmeras, ações ajudando ao nosso povo a superar a situação de pobreza pessoal e estrutural. Entre elas, destaco a ajuda na aquisição da terra para inúmeras famílias, a criação da clínica para tratamento de saúde com a medicina natural, uma escola de tecelagem e acompanhamento constante a pessoas carentes.

“Depois de mim, virá alguém mais forte do que eu” Mc.1,7

Quanto ao Papa Bento XVI, tive a oportunidade de me encontrá-lo pessoalmente três vezes. A primeira, no curso de bispos novos, em Roma, onde ele me ofereceu uma cruz peitoral que a guardo comigo com muito carinho e reconhecimento. A segunda vez, na minha primeira visita Ad limina, como bispo recém-chegado a Coroatá. E a última, durante a visita ao Brasil onde canonizou o Frei Galvão e abriu solenemente a Conferência de Aparecida. Em relação a ele, foi sempre crescente a admiração, desde a sua escolha como Papa até o seu gesto corajoso de renunciar o seu ministério para que outro pudesse continuar com mais força e condições de responder aos desafios da barca de Pedro. A estes dois, a nossa homenagem e gratidão, e que sua memória brilhe como o sol.

A todos quero desejar que neste Ano Novo possamos nos empenhar para que a nossa vocação não perca o seu vigor, continuando com fidelidade e generosidade cada dia que Deus nos oferece como oportunidade para servir e amar.

Em “comunhão e esperança”.

D. Sebastião Bandeira

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