Ícone Peregrino das CEBs visita a Paróquia Nossa Senhora da Piedade em Coroatá-MA


O ícone peregrino em formato de uma igreja, oriundo do Estado de Mato Grosso, representa a igreja em saída em seu 15º intereclesial das CEBs. 


No dia 12 de janeiro de 2023, na Paróquia Nossa Senhora da Piedade, Diocese de Coroatá - MA, os membros da Comunidade Eclesial de Base (CEBs), recebeu o ícone, que faz peregrinação pelas igrejas, representando deste modo o movimento, com o intuito de fortalecimento da base que a sustenta por intermédio das orações, do seu povo fiel à igreja, em prol da comunidade cristã e de todo povo de Deus.

O ícone peregrino em formato de uma igreja, oriundo do Estado de Mato Grosso, representa a igreja em saída em seu 15º intereclesial das CEBs.  A irmã Francisca, como membro da CEBs, proferiu sua fala aos presentes sobre a temática do encontro e significado: tem como base, a busca da vida plena para todas e todas, cuja imagem do povo de Deus e do Papa Francisco, retratada no folder do texto base, dão sentido a uma vida justa para todos em um tratamento de igualdade. 

A celebração foi realizada pelo Diácono Francisco de Oliveira, logo após a contemplação do terço, a leitura bíblica, cantos, meditação da palavra pelos integrantes do movimento e convidados.

A leitura foi extraída da Bíblia Sagrada, em Atos dos apóstolos, que faz referência à partilha comunitária:

A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressureição do Senhor Jesus, e sobre todos eles multiplicava-se a graça de Deus. Entre eles ninguém passava necessidade, pois aqueles que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro e o depositavam aos pés dos apóstolos. Depois era distribuídos conforme a necessidade de cada um. (AT, 4: 32-35)


Ao refletir e explanar o conteúdo da leitura acima descrita entre os presentes, foi observado grau de solidariedade, amor ao próximo e humildade refletida pelo gesto de amor, fé e confiança, fazendo jus à vontade de Deus. Doar-se e partilhar os bens materiais e espirituais ao testemunhar a ressureição do Senhor Jesus. A reflexão trouxe à luz, a vivência dos tempos atuais, em que os pobres são excluídos e, invisíveis em uma sociedade, onde muitos se fecham no seu egoísmo e, sobretudo, quando a maioria da população se acomoda, eximindo-se da oportunidade da prática no agir como uma “igreja em saída”.

As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), têm grande influência na motivação dos fiéis católicos e, são referência pela presença de vários militantes em movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos e associações de moradores. Teve seu início na década de 60, muito embora tenha sido semeada alguns anos antes. Foram criadas a partir da necessidade do povo se unir, para melhor participar da Igreja, saber seus direitos, discutir os problemas e procurar resolvê-los e, desde então são regadas com muita fé, alegria e esperança. 

Em se tratando de um movimento que envolve várias questões, ressalta-se que, as represálias foram constantes e muitos fiéis tornaram-se mártires, a exemplo de Jesus e dos primeiros Cristãos, ao regarem as CEBs, com o próprio sangue ao partilhar o que tinham dando testemunho da palavra até às últimas consequências.

A essa assertiva, corrobora-se, com a expressão do teólogo Libanio (2014, p. 479): “Por isso, o “agora” significa “perder o medo de falar, de emitir juízos sobre os acontecimentos e fatos e concitar outros para uma ação comum”. Trata-se aí da “passagem do saber recebido até então de fora, de modo impositivo e até mesmo opressor, para um saber descoberto, verbalizado [...]”.

As CEBs foram consideradas atividades urgente pelos bispos para renovar as paróquias e lançado em 1968, pela Editora Vozes, na obra de Pe. Raimundo Caramuru. Atualmente não se sabe quantas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) existem no Brasil. Conclui-se que, mais de 50 mil, e, como fruto do Concílio Ecumênico de 1962-65, elas constituem a base de uma estrutura eclesial alternativa à estrutura paroquial instituída no século XVI pelo Concílio de Trento. Surgiu entre meados da década de 1960 e início dos anos 1970 e, até hoje surpreende por sua vitalidade religiosa, social e política. (LIBANIO, 2014). 

Dentre os movimentos mais conhecidos no Brasil destaca-se: Renovação Carismática Católica (RCC), Movimento dos Focolares, Encontro de Casais com Cristo (ECC), Cursilhos de Cristandade, Opus Dei, Comunhão e Libertação, Nova Aliança, Movimento de Schönstatt e Neo-Catecumenato.

Compreendendo as nomenclaturas: ECLESIAIS, trata de um grupo de seguidores em comunhão com Jesus, tomando por base o exemplo de Jesus e dos apóstolos. BASE, porque é vivida pelo povo que está na base humana e cristã, gente pobre ou pessoas que se colocam ao lado dos pobres, presente desde o começo da igreja com os primeiros cristãos. INTERCLESIAIS, tem por finalidade reunir os representantes das CEBs, com finalidade de partilhar as experiências, a vida, as reflexões das CEBs, para manter viva a memória da caminhada da nossa igreja.


O Diácono Francisco fundamentou a leitura proclamada na celebração do livro de Hebreus, 3,7-14; “Amai-vos uns aos outros, enquanto ainda se disser hoje” e, do Evangelho de Marcos 1,40-45; “A lepra desapareceu e o homem ficou curado”. A mão compassiva de Jesus sempre está estendida para acolher e salvar quem dele se aproxima.

O diácono Francisco teve a oportunidade de participar de 2 encontros da CEBs, e fez um riquíssimo relato de sua vivência dando testemunho desta experiência tão importante para os servos de Deus.

Primeiro encontro: em Trindade-Goiás, de 21 a 25 de julho de 1986. Teve como Tema da parte 1: “Nova forma de ser igreja" e, contou com a presença de quase 2.000 pessoas, dentre, membros das bases, agentes de pastoral, bispos, representantes estrangeiros e de outras Igrejas e assessores que celebraram a fé da Igreja dos oprimidos, sua esperança, seus padecimentos, martírios e vitórias. Segundo encontro: em Feira de Santana-Bahia, em 1987, teve a mesma profundidade que antecedeu seu primeiro encontro.

As experiências do Diácono Francisco, aguçou, de certo modo, a curiosidade entre os convidados, em conhecer mais profundamente este movimento que dentre muitos, constitui uma base de sustentação e alimento para a igreja no sentido de promover a partilha do alimento, do amor, da solidariedade, bem como o desejo do fazer e tornar conhecido pela palavra os passos de Jesus e seus seguidores, como os apóstolos e uma multidão de fiéis. 

A igreja nos convida a sermos partícipes da “igreja em saída” e constituidores de uma vida plena para todos, em missão, compromisso e partilha, solidificando o processo sinodal e, viver a sinodalidade ao “caminhar juntos’!



Pascom Catedral de Coroatá-MA
Texto e fotos: Cecilna Teixeira

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