Comunhão na palavra, fevereiro de 2020 - “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34)




Comunhão na palavra, fevereiro de 2020


“Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34) 

Neste ano, o mês de fevereiro, será bem particular em nossa Diocese. Na maioria das paróquias, ocorrerá mudança de presbítero, causando com certeza um clima ora de saudade e gratidão, ora de esperança e alegria, por quem vem em nome do Senhor. Agradecemos de coração a disponibilidade dos nossos presbíteros em aceitar os novos desafios e desejamos-lhes que sejamos bons pastores, que amem e sirvam bem ao nosso povo. Também iniciará o tempo precioso da quaresma, onde somos chamados a chorar pelos nossos pecados e mudar de vida, e da Campanha da Fraternidade, com o tema “Fraternidade e vida: dom e compromisso”, cujo lema é: 

“Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34) 

Essas palavras da parábola do Bom samaritano são um programa de vida e ação pastoral que as pessoas de boa vontade devem percorrer. “Ele viu”- È um olhar que permanece, se envolve, tem compaixão e se compromete com o próximo. Não é um olhar indiferente, insensível, desatento, apressado, que despreza a dor do outro e o deixa abandonado. É um olhar que identifica o mal acontecido e busca as saídas e luzes da solidariedade para encontrar as soluções. “Ele sentiu a compaixão” – O olhar da compaixão pode fecundar o coração humano e dar um verdadeiro sentido á vida. É um olhar interessado não em si mesmo, mas no bem do próximo, seja ele quem for: conhecido ou desconhecido, amigo ou inimigo, de qualquer origem ou religião. Sentir compaixão é mais do que ter dó. Significa comprometer-se, sem medo de aproximar-se e colocar-se na situação do outro, para encontrar os caminhos e os meios de superação dos males e sofrimentos. Compaixão é unir justiça com misericórdia, pois estas duas não se contrapõem, mas se completam e se alargam. A misericórdia confere à justiça um conteúdo novo, que se exprime no perdão, fruto não somente do mérito, mas do amor. 

“Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34) 

“Cuidou dele”- O bom samaritano agiu de maneira eficaz. Neste mundo acelerado é preciso ter a coragem da fé, que é capaz de parar, de interromper a rotina, para cuidar. É preciso descer da nossa montaria e oferecê-la a quem está ferido, à beira do caminho e precisa ser levado à hospedaria. Como fazer de nossos grupos e comunidades uma hospedaria que acolha os caídos, pelo pecado e pelas estruturas pecaminosas do mundo em que vivemos? Como empregar os recursos humanos, materiais e espirituais existentes para aqueles que estão desfigurados pela dor e maldade humana? Que neste tempo quaresmal, passemos da lamentação, ou indignação para uma ação eficaz. “Vai e faze o mesmo” como disse Jesus. Um grande abraço do seu amigo, D. Sebastião Bandeira. 

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