Editorial do mês de Janeiro
Por Padre João Evangelista
Mais um ano terminou, o Ano Novo chegou, e somos animados pela esperança, graças a Deus.
Que alegria, a força do Espírito enriqueça nossa vida com a presença Jesus Cristo, que nos contagia de paz e esperança na Solenidade de Santa Mãe de Deus, no Dia Mundial da Paz.
Importante refletir os dois aspectos celebrativos em comunhão para entender a importância desse dia. Vamos começar pela Palavra e Deus: “os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido, deitado na manjedoura” (Lc 2,16). A visita dos pastores ao Menino Jesus, revela uma atitude esperançosa diante de um mundo ferido pela desigualdade social. Os pastores eram excluídos, não participavam do convívio celebrações judaicas. Eles foram guiados pela luz de Deus, que os levou ao encontro com o Menino Jesus. No encontro renasceu esperança na vida dos pobres e marginalizados de Israel.
Em Jesus encontra-se a docilidade da paz, que sustenta a vida de esperança. Atualmente vivemos em mundo marcado pela cultura da violência, e pela desigualdade social, a maior violência que deixa milhões de excluídos, sem os direitos fundamentais para a dignidade humana.
A visita dos pastores a Belém é marcada pela paz do Menino Jesus na humildade de Deus que nasceu no lugar do alimento dos animais. Por isso, Belém é chamada casa do pão, e Jesus, o alimento que sacia a nossa vida de paz. A paz é Jesus: “ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos com as portas fechadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles. Disse: “A paz esteja convosco” (Jo 20,19).
Os pastores são conduzidos por Jesus. O encontro com o Senhor é a presença visível da salvação, reafirma nosso compromisso missionário de irradiar as maravilhas de Deus. “Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por todo que tinham visto e ouvido” (Lc 2, 20). Eles voltaram animados e cheios de confiança para viver missão. Uma alegria sentir a salvação, uma alegria sentir a paz de Deus no coração – uma alegria verdadeira e contagiante na vida desses pobres pastores de animais. Com este espírito, somos animados a sermos promotores da paz, e anunciar o Evangelho.
Importante entender, Maria experimentou a alegria da salvação a partir de seu sim ao projeto de Deus, “faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). Um entusiasmo nasceu desse encontro para fazer a vontade de Deus. Essa experiência é capaz de mudar completamente nossa vida, conduzindo-nos pela presença de Deus. A escuta da Palavra nos ajuda no discernimento da realidade, pois estamos vivendo uma época de muita informação e, ao mesmo tempo, da desinformação. Isso tem causado estragos terríveis, as pessoas seguem caminhos diferentes, e navegam por mundo de incertezas. Não deixemos nos levar pelo ódio e pela indiferença da ideologia neoliberal, senão estamos perdidos.
Que a intercessão materna de Nossa Senhora da Piedade cubra-nos com a sua ternura de amor e paz.
Pe. João Evangelista
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