COMUNHÃO NA PALAVRA” - julho de 2020. - Depois da pandemia teremos que ter uma "nova normalidade"



NOVO MILÊNIO
“COMUNHÃO NA PALAVRA” - julho de 2020.

De resto, se não confiardes, 
não podereis manter-vos firmes”(Is 7,9).


Dom Sebastião Bandeira: Depois da pandemia teremos que ter uma "nova normalidade". Este é um tempo para criar e reinventar a vida. A pandemia vai passar, mas nós já estaremos culturalmente em outra época. Precisamos encontrar novos jeitos de nos comunicarmos e de fazer pastoral. Este é um tempo para sonhos grandes, para projetos maiores do que nós, para dar passos novos e não simplesmente sobreviver.



Depois deste tempo com as igrejas fechadas e os encontros paralisados, percebe-se o desejo e até ansiedade tanto dos agentes, quanto das pessoas que se volte a “normalidade” da vida eclesial.  Estamos tomando consciência de que depois da pandemia, teremos que ter uma “nova normalidade”, pois estamos vivendo um momento de ruptura estrutural da sociedade em todos os sentidos, inclusive na vida da Igreja.  Por isso, é preciso desde já nos preparar e preparar as comunidades para que vivamos esta etapa com esmerado cuidado conosco e para com os outros, sempre tendo em vista a vida em primeiro lugar. Precisamos não só lamentar este tempo, considerando-o “ano perdido”, mas descobrirmos os sinais da graça de Deus agindo na história.


“De resto, se não confiardes, não podereis manter-vos firmes”(Is 7,9).

Esta frase foi tirada de Isaías, quando Israel estava passando por um grande perigo: a ameaça de ser invadido pela Síria, grande potência militar na época. Quando todos estavam tremendo de medo, “iguais árvores na floresta diante do vento” o profeta vai dizer ao rei Acaz: “procura estar calmo; não temas nem  estremeça o teu coração” devido estes perigos. E conclui mostrando a importância de ter confiança em Deus, para não desanimar. Segundo o Cardeal Tolentino, essa pandemia nos revelou “uma doença, que são no fundo, nossos estilos de vida, onde já não há lugar para o humano, para o encontro, o transcendente, a vida interior rica digna desse nome, não há lugar para a oração”. Uma coisa que constatamos é que muitas pessoas agora redescobriram o valor da oração pessoal e familiar, fazendo de sua casa uma Igreja doméstica, e estão tendo um tempo junto com qualidade, como nunca tiveram antes, sinais da graça de Deus agindo na história.

“De resto, se não confiardes, não podereis manter-vos firmes”(Is 7,9).

Devemos viver este desafio como um laboratório e não querer retornar a vida como era antes. Precisamos ouvir o futuro, pois há um presente no futuro. Este é um tempo para criar e reinventar a vida. A pandemia vai passar, mas nós já estaremos culturalmente em outra época. Precisamos encontrar novos jeitos de nos comunicarmos e de fazer pastoral. Este é um tempo para sonhos grandes, para projetos maiores do que nós, para dar passos novos e não simplesmente  sobreviver. É uma ocasião para realizar muitas histórias de amor, que muitas vezes parecem pequenas, mas são tão importantes, como daquele irmão, do terço dos homens, que cuidando da irmã mais idosa, acabou morrendo para protegê-la. Como aproveitar este tempo para revigorar a nossa espiritualidade?

Que Deus vos proteja a todos! Um grande abraço,

D. Sebastião Bandeira.

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