“COMUNHÃO NA PALAVRA - Queremos ser uma Igreja com rosto amazônico, samaritana, encarnada, aliada dos pobres e sofredores

Foto: Arquivo pessoal  - Dom Sebastião
Na Comunhão da Palavra deste mês de novembro de 2019, com o tema: “E aquele que está sentado no trono disse: ‘Olha, eu faço novas todas as coisas” (Ap. 21,5). D. Sebastião Bandeira reflete o grande momento que viveu a igreja católica nos últimos dias que foi o Sínodo para a Amazônia.

Queremos ser uma Igreja com rosto amazônico, samaritana, encarnada, aliada dos pobres e sofredores; Igreja Madalena, que se sinta amada e reconciliada, que anuncie com alegria e convicção Cristo crucificado e ressuscitado. Uma Igreja mariana que gera filhos para a fé e os educa com afeto e paciência, aprendendo também com as riquezas do seu povo. Uma Igreja que não só visita, mas está presente na vida das comunidades, valorizando e criando novos ministérios.

Mas veja a reflexão na íntegra lendo a Comunhão na Palavra do mês de novembro, logo a seguir



“NOVO MILÊNIO”
“COMUNHÃO NA PALAVRA”, nº 264- novembro de 2019.


“E aquele que está sentado no trono disse: ‘Olha, eu faço novas todas as coisas” (Ap. 21,5)

Poder participar do Sínodo para Amazônia, foi uma graça muito grande para a minha vida. Foi um processo de preparação que durou quase dois anos de escuta, de partilha, estudo, reflexão e oração. Convivendo vinte e um dias com o Papa Francisco, com cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos vindos de tantas partes do mundo, experimentei a beleza do mistério da Igreja, com sua diversidade de culturas, com a sua vontade de acertar e de contribuir para o bem maior da humanidade. O tema, Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral, deste evento buscou dar respostas tanto para os desafios dentro da Igreja, quanto para o mundo, em um assunto tão atual, que é o perigo real da destruição do planeta, nossa casa comum, pela ação desastrosa do ser humano.

“E aquele que está sentado no trono disse: ‘Olha, eu faço novas todas as coisas” (Ap. 21,5)
              
A verdadeira novidade é sempre Jesus Cristo. E o encontro com Ele faz a nossa vida transformar-se e transformar o mundo para melhor. A Amazônia hoje é uma beleza ferida e deformada, um lugar de dor e violência. Os ataques contra a natureza têm consequências para a vida dos povos. As vítimas são sempre os mais vulneráveis, crianças, jovens, mulheres, idosos e a irmã, mãe terra. Por isso, que em nossas contribuições que oferecemos ao Santo Padre, falamos da necessidade de uma conversão integral; uma conversão pessoal e comunitária que nos comprometa a nos relacionar harmoniosamente com a obra criadora de Deus, que é a “casa comum”; conversão que nos leve a ser uma Igreja em saída que entre no coração de todos os povos amazônicos; conversão pastoral baseada na sinodalidade, onde se favoreça a participação e corresponsabilidade de cada batizado.

“E aquele que está sentado no trono disse: ‘Olha, eu faço novas todas as coisas” (Ap. 21,5)
              
A escuta do grito da terra e do grito dos pobres e dos povos da Amazônia com os quais caminhamos, nos chama a viver uma vida simples e sóbria, alimentada em uma espiritualidade mística no estilo de S. Francisco de Assis. Queremos ser uma Igreja com rosto amazônico, samaritana, encarnada, aliada dos pobres e sofredores; Igreja Madalena, que se sinta amada e reconciliada, que anuncie com alegria e convicção Cristo crucificado e ressuscitado. Uma Igreja mariana que gera filhos para a fé e os educa com afeto e paciência, aprendendo também com as riquezas do seu povo. Uma Igreja que não só visita, mas está presente na vida das comunidades, valorizando e criando novos ministérios. Buscamos um modelo de desenvolvimento sustentável, onde seja socialmente inclusivo, combinando conhecimentos científico e tradicionais, envolvendo a população local, fazendo com que essas novas tecnologias sirvam ao bem-estar e a proteção das florestas. Vamos pensar juntos como fazer para que este Sínodo possa se concretizar em nossas vidas e comunidades. Conte com o meu compromisso e apoio. A todos o meu abraço amigo. D. Sebastião.



 Redação PASCOM CATEDRAL DE COROATÁ
Auzenir Silva


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