Comunhão na palavra, fevereiro de
2019.
“Recebestes de graça, dai de graça”
(Mt.10,8).
Neste
mês, dia 11, celebraremos a festa de Nossa Senhora de Lourdes e também o Dia
Mundial dos enfermos. Quem de nós, não tem um doente ou idoso em nossa família,
que precisa da nossa atenção e cuidado? Quem de nós não se preocupa com a sua
saúde, especialmente na velhice? Atualmente, a própria criação está enferma,
devido à ação destruidora do homem, causando tantos crimes ambientais, provocando
morte e sofrimento nas pessoas e danos irrecuperáveis na natureza. Na nossa
Diocese, teremos o Encontro dos Bispos do Maranhão, para planejarmos as
atividades deste ano. Baseando-me na mensagem do Papa Francisco, convido a
todos, para meditar este versículo, que foi escolhido para o dia dos enfermos:
“Recebestes
de graça, dai de graça’ (Mt.10,8).
O ser humano desde o seu nascimento é marcado pela
necessidade do outro. Nunca conseguirá arrancar de si mesmo a fragilidade. E na
doença, essa necessidade aparece de maneira mais marcante. Por isso o
reconhecimento dessa verdade nos leva a ser humilde e a praticar com coragem, a
solidariedade, como virtudes indispensáveis à existência. Não devemos ter medo
de nos reconhecermos necessitados e incapazes de nos dar tudo aquilo que
teríamos necessidade, porque não conseguiremos sozinhos, com as nossas próprias
forças, vencer todos os limites. “A saúde é um dom relacional, depende da
interação com os outros e precisa de confiança, amizade e solidariedade; é um
bem que só se pode gozar plenamente, se for partilhado” diz o Papa Francisco.
Saber retribuir o bem recebido é um indicador de saúde de uma pessoa. O dar não
se identifica com o ato de oferecer um presente, porque só se pode dizer tal se
for um dar-se a si mesmo: não se pode reduzir a mera transferência duma
propriedade ou de algum objeto. Distingue-se do presentear, porque inclui o dom
de si mesmo e supõe o desejo de estabelecer um vínculo. Neste dom, vamos
perceber o reflexo do amor de Deus, que culminou com a encarnação de Jesus e na
efusão do Espírito Santo.
“Recebestes
de graça, dai de graça’ (Mt.10,8).
Muitas pessoas nos ajudaram a compreender que
o único critério de ação, e que nos torna credíveis é o testemunho de amor
gratuito para com todos, sem distinção de religião, de partido político, de
raça ou condição social. Daí que nossas obras sociais e nossas pastorais, mesmo
que passem por muitas dificuldades nunca podem perder de vista a cultura da gratuidade,
onde cuidar dos outros gratuitamente além se ser um serviço importante é uma
forma de terapia do espírito. Somos também desafiados a trabalhar para tornar o
Sistema Único de Saúde, o SUS, mais acessível e eficaz para a nossa população,
especialmente os mais carentes. E por último, como disse um mestre, devemos ser
remédio para as pessoas, curando com a nossa visita, com a nossa palavra, com o
nosso abraço, e com alguma forma de estar presente na vida daqueles que estão
marcados pela tristeza, sofrimento, doença ou limite. Que São Brás, protetor
dos males de garganta e Nossa Senhora, Saúde dos enfermos, intercedam por nós.
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