Comunhão
na palavra, março de 2020
Na comunhão na Palavra deste mês de março de 2020, Dom Sebastião nos alerta para a necessidade do perdão mutuo. Faz um pedido aos sacerdotes que se dediquem de maneira mais intensa e programada para atender as confissões. E que em cada comunidade possa ter uma celebração da reconciliação, bem preparada, que fortaleça a vida de fé do povo de Deus.
“Filho, os seus pecados estão perdoados” Mc.2,5
Saber
viver correto e intensamente cada momento é o segredo da felicidade. Neste
tempo quaresmal somos convidados a refletir e praticar algo fundamental da
convivência humana, que é o perdão, a reconciliação, a misericórdia. As nossas
imperfeições nos levam necessariamente a precisar do perdão dos outros com quem
convivemos e uma vez perdoados, sentimos o dever de perdoar, formando assim a
corrente do perdão, que nunca deveria se romper. Partilho com você, algumas
reflexões sobre a misericórdia, inspiradas nas palavras de D. Sergio, bispo da
Diocese irmã, Araçatuba, S. Paulo que veio passar uma semana conosco e orientou
o retiro para o nosso clero.
“Filho,
os seus pecados estão perdoados” Mc.2,5
“A
misericórdia é a peregrinação para um lugar mais difícil em nós, o lugar do
nosso pecado”. É o lugar que muitas vezes eu quero esconde-lo, ou sempre que
posso, evito visitá-lo. Só que este lugar é o que causa as minhas feridas, a
minha dor e me impede de levantar do meu leito que me acomoda ou aprisiona. Nesta
realidade da fraqueza humana, recordo as palavras do Papa Francisco: “Nada que
um pecador arrependido coloque diante de Deus pode ficar sem o abraço do
perdão. É por este motivo que nenhum de nós pode impor condições à
misericórdia; esta permanece sempre um ato de gratuidade do Pai celeste, um
amor incondicional e não merecido, por isso não podemos correr o risco de nos
opor à plena liberdade do amor com que Deus entra na vida da pessoa”. “O perdão
é o sinal mais visível do amor do Pai, que Jesus quis revelar em toda a sua
vida”. Quem perdoa ou é perdoado sente uma alegria difícil de explicar. A
misericórdia sempre será um risco, em querer resgatar o irmão, pois ele poderá
valorizá-la ou não em sua vida.
“Filho,
os seus pecados estão perdoados” Mc.2,5
Como é
maravilhoso dar um passo para perdoar ou pedir perdão... e mais ainda ajudar as
pessoas a vivê-lo. Um dos perigos contra a vida é a falta de consciência do que
é pecado, especialmente os pecados sociais e até mesmo ecológicos. Só quem tem
consciência do mal que fez a si mesmo e aos outros, vai procurar se corrigir,
ou pedir perdão. Peço aos sacerdotes que
se dediquem de maneira mais intensa e programada para atender as confissões.
Peço a todos, que em cada comunidade possa ter uma celebração da reconciliação,
bem preparada, que fortaleça a vida de fé do povo de Deus. Cada um de nós, deve
se perguntar: qual o testemunho de misericórdia que tenho oferecido ao logo da
minha vida? A todos o meu abraço, expressando a ternura de Deus para vocês.
Dom Sebastião Bandeira
Bispo da Diocese de Coroatá-MA
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