No Domingo de Ramos
tem-se o início da Semana Santa. A liturgia dos ramos, configura como um
sacramento da nossa fé e a vitória do Cristo na história, marcada por tantos
conflitos e desigualdades.
A
igreja Católica celebra a semana Santa com os ritos tradicionais do catolicismo
como, a Santa Missa da Ceia do Senhor,
que marca o início do Tríduo, a Encenação da Paixão, Morte e Ressurreição de
Cristo e a Procissão do Círio Pascal. Devido ao fato da Semana Santa estar
relacionada à Pascoa Judaica, sua data tem uma mudança em todos os anos.
Neste contexto, cabe dissertar
sobre o entendimento em cada ritual da Semana Santa e sua representatividade
deste momento sagrado para os cristãos católicos. Nela se comemoram os
mistérios da salvação a partir da recordação da última semana da vida de Jesus
Cristo, com início
no Domingo de Ramos, passa pela Sexta-Feira Santa (dia da crucificação e morte
de Jesus) e termina no Domingo de Páscoa, quando se celebra a ressurreição de
Cristo.
O Tríduo Pascal, estabelece a ligação entre
o fim da Quaresma e a Páscoa e, representa a salvação humana e a renovação da vida, tendo seu
início na Quinta-Feira Santa e término no Domingo de Páscoa.
Durante o período da Semana Santa,
os cristãos são convidados a relembrar suas ações e refletir sobre as mensagens
de Jesus Cristo, para renovação da fé, e do bem viver o compromisso de acordo
com os ensinamentos de Cristo.
Em conformidade com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB, 2022), ressalta-se sobre os acontecimentos do filho de Deus, nos dias da
Semana Santa, bem como os rituais de proclamação na igreja:
Segunda-feira: Seis dias antes da Páscoa, Jesus
chega a Betânia para fazer a última visita aos amigos de toda a vida. Está cada
vez mais próximo o desenlace da crise e, Jesus anuncia a chegada de sua hora. Neste
dia, proclama-se, durante a Missa, o Evangelho segundo São João. “Ela guardava
este perfume para a minha sepultura” (cf. João 12,7)
Terça-feira:
Jesus anuncia a traição de Judas e as fraquezas
de Pedro. “Jesus insiste: ‘Agora é glorificado o Filho do homem e Deus é
glorificado nele’”. A leitura do segundo canto do servo de Javé, descreve
a missão de Jesus, em uma oração de abandono, que denota a confiança em Jesus.
Deus o destinou a ser “luz das nações, para que, a salvação alcance até os
confins da terra”.
Quarta-feira: Acontece, o doloroso encontro entre
a Mãe e o Filho. O padre proclama o célebre “Sermão das Sete Palavras”, fazendo
uma reflexão, que chama os fiéis à conversão e à penitência.
Quinta-feira:
a)
Santos óleos – Cerimônia
litúrgica com a bênção dos santos óleos usados durante todo o ano pelas
paróquias. São três os óleos abençoados nesta celebração: o do Crisma, dos
Catecúmenos e dos Enfermos, e, representa o momento de reafirmar o compromisso
de servir a Jesus Cristo.
b)
Lava-pés – O Lava-pés
consiste em um ritual e gesto litúrgico em que recorda-se a última Ceia do
Senhor. Jesus, ao lavar os pés dos discípulos, demonstra seu amor por cada
um e mostra que a humildade e o serviço são o centro de sua mensagem; a maior
explicação sobre esta celebração, paira sobre o grande gesto de Jesus, que é a
Eucaristia. O bispo ou o padre, ao fazer este gesto de lavar os pés de
algumas pessoas da comunidade, está firmando o compromisso de estar a serviço
da comunidade, para que todos tenham a salvação, como fez Jesus.
c)
Instituição da Eucaristia – (Ação de
graças); início ao Tríduo Pascal em memória da Última Ceia, quando Jesus,
na noite em que foi traído, ofereceu ao Pai o Seu Corpo e Sangue sob as
espécies do Pão e do Vinho, e os entregou aos apóstolos para que os tomassem,
mandando-os também oferecer aos seus sucessores, em uma atitude que designa a real
e substancial presença de Jesus Cristo sob as aparências de Pão e Vinho.
d)
Instituição do sacerdócio – Na Santa missa
celebra-se a Ceia do Senhor, quando na véspera de sua Paixão, “durante a
refeição, tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo:
‘Tomai e comei, isto é meu corpo’.” (cf. Mt 26,26). Jesus quis, que seus
discípulos se reunissem e se recordassem d’Ele abençoando o pão e o vinho:
“Fazei isto em memória de mim”. Com essas palavras, o Senhor instituiu o
sacerdócio católico e deu-lhes poder para celebrar a Eucaristia.
Sexta-feira Santa
– A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama descomunal da
morte de Cristo no Calvário Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de João,
contempla-se o mistério do crucificado, com o coração do discípulo amado, da
Mãe, do soldado que o transpassou o lado. Como ato simbólico deste dia, tem-se,
a veneração da santa cruz, no momento em que esta é apresentada solenemente à
comunidade em sinal de esperança e salvação.
a)
Via-sacra – No período
quaresmal, realiza-se a Via-Sacra como uma forma de meditar o caminho doloroso
que Jesus percorreu até a crucifixão e morte na cruz, a encenação da Paixão, da
Morte e Ressurreição de Jesus Cristo por meio da meditação das 14 estações da
Via-Crucis. A Igreja propõe aos fiéis esta meditação e, a rezar para mergulhar
na doação e na misericórdia de Jesus que se doou por nós.
Sábado
Santo: Remete a uma grande lição: Cristo no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais
profundo que pode ir uma pessoa. O próprio Jesus está calado. Ele, que é Verbo,
a Palavra, está calado. Depois de seu último grito na cruz – “Por que me
abandonaste?”. Ele cala no sepulcro agora. Descanse: “tudo está consumado!”.
No sábado
santo as celebrações/ritos seguem a tradição católica com a Vigília Pascal, a Benção do fogo, Procissão
do Círio Pascal, Proclamação da Páscoa e Liturgia da Palavra, abaixo
relacionados:
a)
Vigília Pascal – Celebrada no sábado à noite, medita-se, na oração e no jejum, a espera e ressurreição
de Jesus Cristo, em que os elementos especiais da vigília ressaltam o conteúdo
fundamental da noite: a Páscoa do Senhor e sua passagem da morte para a vida.
Na vigília realizada em honra ao Senhor e, exortação do Evangelho (cf. Lc
12,35-36), os fiéis mantêm acesas as lâmpadas, como os que aguardam seu Senhor
chegar, para que, encontre-os em vigília e convide-os a sentar à sua mesa.
b)
Bênção do fogo – Prepara-se uma fogueira fora da igreja e, o sacerdote abençoa o novo
fogo com gestos e palavras ao expressar a doutrina do Império de Cristo sobre o
cosmos (São Paulo) Nada escapa da Redenção do Senhor, e tudo – homens, coisas e
tempo – estão sob Sua potestade.
c)
Procissão do Círio Pascal – As luzes da igreja permanecem apagadas. O diácono toma o Círio e o
ergue, por algum tempo, proclamando: “Eis a luz de Cristo!”. Todos respondem:
“Demos graças a Deus!”. Os fiéis acendem suas velas no fogo do Círio
Pascal e entram na igreja. O Círio, representa o Cristo Ressuscitado, a coluna
de fogo e de luz que nos guia pelas trevas e indica o caminho à terra
prometida, enquanto se avança em procissão.
d)
Proclamação da Páscoa – O povo permanece em pé com as velas acesas. O presidente da celebração
incensa o Círio Pascal. Entoa-se o hino de louvor em proclamação à alegria da
Páscoa, do Céu, da Terra, da Igreja, e da assembleia dos cristãos. Essa alegria
procede da vitória de Cristo sobre as trevas. Terminada a proclamação,
apagam-se as velas, para em seguida proclamar a Páscoa.
e) Liturgia
da Palavra – Nesta noite, a comunidade cristã se detém mais que
o usual na proclamação da Palavra, cujas leituras da vigília têm uma coerência
e um ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu o próprio Cristo: “E
começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes (aos
discípulos de Emaús) o que dele se achava dito em todas as Escrituras” (Lc 24,
27). Fica comigo Senhor!
f)
Domingo da Ressureição: Consagrado
o dia mais importante da religião cristã em que Jesus, depois de morrer
crucificado e sepultado permaneceu até a
ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. Do hebreu
“Peseach”, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade. A
presença de Jesus ressuscitado dá a certeza aos dos apóstolos que “Cristo vive”.
Neste conhecimento e
compreensão sobre a vida, paixão, morte e ressureição de Jesus Cristo, a igreja
convida os cristãos fiéis, a mergulhar na espiritualidade neste período desde a
Quaresma até à Páscoa de Jesus, que pelo amor e obediência ao seu Pai, aceitou
o cumprimento da profecia para que seus filhos fossem remidos do pecado e
possam gozar da vida eterna.
A morte do Cristo foi algo inevitável, não era opcional. Ele
é o Salvador, veio para nos redimir do pecado e da morte. Sua vida foi uma
entrega e a morte de cruz não contradiz seu poder, mas pretende mostrar a verdadeira
força do amor. A morte de cruz mostra o messianismo de Jesus, do servo que se
entrega a si mesmo, que é obediente ao Pai até o final. (PAIVA et al 2021).
Portanto, este é momento
propício para a conversão, crer no evangelho e, buscar através do livro
sagrado, a Bíblia, compreender o processo
de transformação da realidade, pois ela orienta, dá coragem, esperança e força.
Somente à luz das Escrituras pode-se compreender que o sofrimento da cruz fez
parte do plano salvífico de Deus, que requer o crescimento espiritual dos seus
filhos com atitudes pela fé, para evoluir em atos de amor, solidariedade,
fraternidade e humildade.
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