Dom Sebastião Bandeira: " Não pode haver eucaristia sem o lava-pés, o cuidado com a vida nossa e dos outros" - Comunhão na Palavra do mês de Junho de 2020.



Novo Milênio
Comunhão na Palavra 
Junho de 2020
O cálice que abençoamos,
não é comunhão com o sangue de Cristo?
E o pão que partimos,
não é comunhão com o corpo de Cristo”?
1 Cor 10,16

Dom Sebastião Bandeira: "(...) não pode haver eucaristia sem o lava-pés, o cuidado com a vida nossa e dos outros"

Na comunhão da palavra deste mês Dom Sebastião, nos lembra da necessidade do cuidado com o outro, e ainda nos diz: As comunidades precisam da celebração da Eucaristia, “porque ela faz a Igreja e chegamos a dizer que nenhuma comunidade cristã se edifica sem ter a sua raiz e o seu centro na celebração da Santíssima Eucaristia”.  Mas precisamos lembrar que não pode haver eucaristia sem o lava-pés, o cuidado com a vida nossa e dos outros, especialmente os que estão em situações de vulnerabilidade e de pobreza extrema que esta situação ajudou a crescer.


Leia toda a mensagem do bispo dom Sebastião Bandeira, na
Comunhão na Palavra do mês de Junho de 2020.



“O cálice que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo”? 

    Já estamos no quarto mês em que sentimos concretamente o efeito da pandemia do Covid-19 em nossas vidas e comunidades. Nestes dias, têm sido publicados vários decretos de autoridades estadual e municipal permitindo que o comércio volte a funcionar e a vida do povo possa retornar gradualmente à normalidade. Muitas pessoas se sentem inseguras e com medo, pois os dados da pandemia continuam a crescer em nossas cidades. Mesmo com estas decisões, continuaremos ainda celebrando somente com a equipe litúrgica, transmitindo pelas redes sociais, visando proteger a vida dos fiéis. Neste mês, em que teremos tantos santos padroeiros e a festa de Corpo e Sangue de Cristo preocupa-nos como alimentar a fé do nosso povo e ao mesmo tempo tomar as medidas sanitárias exigidas pelas autoridades no campo da saúde. 

“O cálice que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo”? 

     Entre os vários problemas pastorais que apareceram, o mais marcante foi o litúrgico. Passar vários meses sem ter a celebração da missa em nossas Igrejas, especialmente nos momentos mais marcantes do ano litúrgico, como a Festa da Pascoa e de Pentecostes, foi muito desafiador, aliás, muito sofrido. Por mais que escutemos a Palavra de Deus, para nós católicos, a eucaristia tem a sua mais alta importância. Experimentamos de certa forma, o que milhares de comunidades espalhadas em nosso interior e em outras partes da Amazônia sempre viveram. As comunidades precisam da celebração da Eucaristia, “porque ela faz a Igreja e chegamos a dizer que nenhuma comunidade cristã se edifica sem ter a sua raiz e o seu centro na celebração da Santíssima Eucaristia”. Mas precisamos lembrar que não pode haver eucaristia sem o lava-pés, o cuidado com a vida nossa e dos outros, especialmente os que estão em situações de vulnerabilidade e de pobreza extrema que esta situação ajudou a crescer. 

“O cálice que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo”? 

     Este tempo poderá nos ajudar a descobrir o verdadeiro valor dos sacramentos em nossa vida. Ao recebê-los, sentiremos os seus frutos, quando forem expressão do compromisso do Corpo de Cristo, a Igreja, para ajudar as pessoas a serem servidoras e não a serem servidas, acolhedoras e não preconceituosas, solidárias e não indiferentes diante do sofrimento e da morte de tantos seres humanos. Que ajudemos ao nosso povo a viver a alegria e a festa deste mês, de forma diferente e possível, preparando-nos para um novo tempo que tanto aguardamos. 

Com estima, D. Sebastião Bandeira
Bispo da Diocese de Coroatá-MA

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