Fiéis acolhem a imagem de Santa Dulce dos Pobres na Comunidade Barriguda - Paróquia Nossa Senhora da Piedade em Coroatá




I TRÍDUO DE SANTA DULCE DOS POBRES
COMUNIDADE – BARRIGUDA DE 10 A 13 DE AGOSTO
PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PIEDADE

Dentre os dias 10 a 13 de agosto do ano de 2023, foi realizada a inauguração da Capela Santa Dulce dos Pobres no Povoado Barriguda – Coroatá - MA, juntamente com a comunidade e demais leigos convidados de grupos, pastorais e movimentos da Diocese, que consigo abrilhantaram este momento, levando consigo alegria e disposição ao estar junto com a esta comunidade que nos acolhe com tanto entusiasmo.

Neste sentido, ressalta-se que, igreja é missão. E a missão consiste em trabalhar para o reino de Deus, inspirar-se e propagar o evangelho de Cristo para impactar os corações daqueles que necessitam de Deus: o teu próximo, que é meu irmão e teu irmão.

Cada um de vocês deve usar o dom que recebeu para servir aos outros, como mordomos fiéis da graça de Deus em suas várias formas. (1 Pedro 4:10).

A história da Capela Santa Dulce dos Pobres, assim demais capelas, têm sua história pautada no amor e na fidelidade que constitui a base do fazer. De certo, que com os dons doados por Deus a cada um de seus filhos, tornou-se possível realizar o evento do Tríduo em honra a Santa Dulce dos Pobres, sob o Tema: Serviço com amor: Aprendendo com santa Dulce a ajudar os pobres e necessitados.
Diante de sua vocação e missão, Irmã Dulce construiu um grande legado: fundou cinemas, albergues, obras sociais, colégios, hospitais, entre outras iniciativas para a população carente da Bahia. A santa dos pobres costumava andar pelas ruas de Salvador em busca de doações para as crianças, doentes e necessitados. (FAROL DA BAHIA, 2023)
Santa Dulce percorreu uma vida de amor e doação. Para a escolha do nome que levaria a Capela, houve indicação de vários nomes de santos (as), todavia, o nome de Santa Dulce, foi a decisão da maioria levou o seu nome, em consideração ao seu legado e pelo fato de ser uma santa brasileira. A reunião contou com representantes da comunidade local, Diácono Francisco e sua esposa Angélica Canuto e teve apoio dos sacerdotes da Paróquia Nossa Senhora da Piedade - Coroatá - MA, chegando-se pois, ao consenso do nome de Santa Dulce dos Pobres.

Destarte, a Capela Santa Dulce dos Pobres teve seu início, quando da necessidade de reunir a comunidade carente de Deus, em uma capela destinada a levar a palavra, realizar os sacramentos e do fazer conhecer o caminho de uma vida pautada no Cristianismo. O caminho transcorrido com afinco e dedicação teve seu início no ano de 2020 com a compra do terreno, sendo que, a capela ainda encontra-se em fase de término da sua construção arquitetônica, todavia, foi possível acolher o povo de Deus em sua estrutura edificada sobre uma rocha de doação e amor.

Com a pandemia do Covid, houve uma paralisação in loco, mas não foi empecilho articular sobre o trabalho a ser realizado, considerando os elementos que requer uma organização baseada na missão, visão, objetivos, metas e resultados duradouros.

Neste aspecto e tomando por objetivo projetar uma capela católica funcional, significativa e que favoreça tanto a realização da ação litúrgica quanto a participação ativa dos fieis como conhecer a realidade da comunidade do entorno, suas expectativas, sua história e anseios para a realização futura, propiciou definir o projeto de edificação da capela.
No Catolicismo, o espaço da Igreja é o espaço de maior significação simbólica do culto religioso. É na Igreja onde a comunhão entre os fieis é mais presente e onde podem se reunir para expressar sua fé nos cânticos, no louvor a Deus, aos santos protetores, às almas dos que já partiram, aos necessitados e a todos sem distinção. É o espaço sagrado por natureza da fé católica, cheio de simbolismo e significado paira na congregação dos fieis em torno de sua fé perante Deus. (SILVA, 2016 p.55).
Partindo desta realidade, juntamente com os representantes da comunidade, a saber: Diácono permanente Francisco Oliveira e sua esposa Angélica Canuto, organizaram ações para arrecadar fundos para a construção. Dentre os bens, destaca-se: Livro de ouro, rifas, doações em dinheiro e ou/material, mão de obra, etc.

Fazendo uso dos dons recebidos, vários missionários participaram com fervor da em missão e caminhada ao povoado Barriguda, com o coração cheio de esperança, para desenvolver o trabalho em missão, objetivando a construção da “Capela Santa Dulce dos Pobres”, de maneira consciente sobre a importância da edificação da casa de Deus. Com o povo unido, buscou-se arrecadar provento/material, elencar os trabalhos a ser desenvolvido, levar a palavra, promover formações e engajar o povo na caminhada de fé. Cabe salientar sobre a representatividade de Santa Dulce dos Pobres no contexto brasileiro como:
Estrela do movimento operário católico brasileiro na capital baiana, Irmã Dulce vestiu a roupagem de uma personagem subversiva, isto é, de alguém que precisou enfrentar as resistências da época e se posicionar diante das *autoridades paternalistas para poder ser ouvida e, enfim, receber atenção junto aos pobres que ajudava (ADAM, Felipe; WOITOWICZ, Karina Janz 2022, p.86).
Ressalva-se sobre as autoridades paternalistas da época como um posicionamento em que limitam ações, autonomia e/ou a liberdade de certa pessoa ou grupo para o próprio bem destes, fato este, enfrentado por irmã Dulce pelo desejo de fazer uso da liberdade em suas ações e expressão diante dos necessitados. Abdicou dos bens materiais e levou uma vida cuidando e amando seu próximo.


Nesta missão de igreja em saída, um grupo de voluntariados, como o Diácono Francisco, Angélica Canuto, Cecilna Teixeira, Francisca, Raimunda Moraes, Maria Pereira, Aracy, Raimundo, Edmar, Samuel Gotardo, Marlene, Marinalva, Dão, Roque, foram presenças marcantes em seu desenvolvimento, desde a visita de casa em casa, colocando-se a escuta da comunidade, bem como o esclarecer sobre os objetivos e metas a ser alcançado.
Sair em direção dos afastados, dos excluídos sair em direção às periferias humanas, uma Igreja fechada em seus muros e dogmas, não corresponde às exigências do Evangelho. É preferível, uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. (PAPA FRANCISCO, 2023)
Neste contexto, a igreja em saída, somos todos nós e simboliza um chamado para a Igreja, quando deixa-se de lado o comodismo para seguir em direção a quem mais precisa e encontra-se distante de maneira física e espiritual. Neste ínterim, observou-se o interesse da comunidade em aliar-se nesta obra iniciada, a partilhar juntos desta incumbência, contribuindo da forma que lhes fosse possível.

Por intermédio das doações e devotamento, foi possível edificar a Capela, e, observar no semblante dos povos da comunidade da Barriguda, a alegria ao ver o progresso de um trabalho tão fundamental com impacto na vida de muitas pessoas ávidas em ter na localidade a casa do Pai, para viver, sentir e realizar em seu âmbito os sacramentos, da primeira comunhão, crisma, casamento, meditação do terço, adoração, louvor e missas.
SANTA DULCE: Biografia
Santa Dulce dos Pobres, também conhecida como Irmã Dulce, foi uma religiosa e filantropa brasileira nascida em Salvador, Bahia, em 26 de maio de 1914. Desde jovem demonstrou um imenso amor pelos mais necessitados e dedicou sua vida a ajudar os pobres e enfermos. Em 1933, fundou a União Operária São Francisco, que mais tarde deu origem à Organização Obras Social Irmã Dulce, um complexo de saúde e assistência social que se tornou referência no país. Irmã Dulce era conhecida por sua incansável dedicação dos mais favorecidos, enfrentando obstáculos e desafios em sua missão de aliviar o sofrimento humano. Abriu abrigos para pessoas em situação de rua, hospitais e creches, sempre buscando proporcionar um ambiente de acolhimento e cuidado. Sua ação social abrangente e seu compromisso com a dignidade humana renderam-lhe o reconhecimento internacional. Canonizada pelo Papa Francisco em 13 de outubro de 2019, Santa Dulce dos Pobres deixou um legado inspirador de amor ao próximo e dedicação inabalável aos mais necessitados. Sua vida exemplar e sua obra continuam a impactar milhares de vidas, sendo um convite constante para a solidariedade e o serviço aos pobres, nos mostrando que, mesmo diante das dificuldades, é possível fazer a diferença na vida daqueles que mais precisam.
FESTEJO – TRÍDUO

O festejo transcorreu em um estado de graça, benção e participação ativa dos convidados, responsáveis e das comunidades circunvizinhas nestes quatro dias em que se vivenciou a celebração da palavra e eucaristia.

Em seu primeiro dia (10 de agosto), foi realizados procissão e recebimento da imagem pelo V. Rev.ª, Bispo da Diocese de Coroatá - MA, Dom Sebastião Bandeira que, após centralizar no andor, seguiu-se em procissão entoando a reza do terço e cânticos de louvores.

A imagem da Santa peregrina foi doada por uma filha de Deus e devota de Santa Dulce dos Pobres, que por motivos superiores, prefere manter-se no anonimato. De certo que, a imagem é oriunda do Santuário Santa Lúcia em Salvador e aguardava momento para estar no âmbito da capela.

Logo após a procissão, Dom Sebastião Bandeira presidiu missa solene, em um ritual de fé esperança, amor e fraternidade. Dentre os presentes, destaca-se criança, jovem, adultos e idoso, que fez germinar uma semente no coração de cada um em sua peculiaridade, com destaque aos jovens entusiastas a dar vida, voz e zelo pela casa do Pai.

Em suma, durante o tríduo a comunidade participou de maneira ativa em doação de modo que tudo se encaminhasse de forma harmônica.

No segundo e terceiro dia teve-se uma celebração presidida pelo Diácono Francisco, que fez um breve relato de sua caminhada e uma enriquecedora homilia.

O Padre José Flávio, abrilhantou o encerramento do festejo, com a celebração da santa missa, cuja homilia foi fundamentada em exaltação sobre a fé e coragem no filho de Deus, embasada no evangelho do dia. (Mt,14. 22-33).

O largo da capela, ainda em fase de acabamento, manteve-se ornamentado para o primeiro tríduo, com um ambiente animado, onde o povo pôde degustar de deliciosas guloseimas em um ambiente atrativo, com barraca vendendo produtos a preço acessível, cujo capital é doado ao provento da capela. Ressalta-se que, mesmo antes da construção da capela Santa Dulce dos Pobres, a comunidade tem assistência na celebração e preparação para a crisma e catequese, realizados anteriormente na casa da Sra. Marinalva membro da catequese da comunidade Barriguda.


Viva Irmã Dulce, a Santa Dulce dos Pobres!

Ser solidário, em resumo, é agir em prol do nosso próximo, de maneira genuína e da forma como está ao nosso alcance. (PAPA FRANCISCO)

Junte-se a nós. De já, agradecemos!

Pascom Catedral
Texto: Cecilna Miranda Teixeira

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